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Revista aponta farra de milhões na gestão do baiano Ednaldo Rodrigues, na CBF. Políticos baianos foram citados.

Fotos: reprodução

Farras de recursos com políticos, amigos, familiares, empresários, apoiadores e pessoas com interesses ligados à CBF marcam a gestão do baiano Ednaldo Rodrigues, como presidente da entidade. O desperdício de recursos atingiu níveis alarmantes, desde que ele assumiu a Confederação, em 2021, de acordo com as denúncias.


Por: com informações de Allan Abreu - Revista Piauí

A edição de abril da Revista Piauí expoe uma série de denúncias contra a gestão do baiano Ednaldo Rodrigues, na Confederação Brasileira de Futebol. Gastos excessivos ou desnecessários, contratos milionários com instituições que beneficiam representantes da Confederação e até aquisição de carros de luxo adquiridos e não utilizados, são apresentados na denúncia do repórter Allan de Abreu.

Um dos fatos apontados pela reportagem, foi a presença de um grupo de 49 brasileiros, bancados pela CBF para acompanhar a Copa do Mundo de 2022, no Catar. Muitos tiveram atendimento vip na chegada ao Aeroporto Internacional de Doha, alguns voaram de primeira classe e pelo menos um ganhou cartão corporativo para gastar livremente até 500 dólares por dia (2,5 mil reais). Nenhum dos favorecidos possuía relação direta com a CBF ou federações estaduais.

"O presidente da CBF, o baiano Ednaldo Rodrigues, também espetou na conta da confederação as despesas de sua família – a mulher, a filha, a cunhada, o genro e os dois netos. Todos voaram em primeira classe, usaram o atendimento vip no aeroporto de Doha, hospedaram-­se no Marriot Marquis City e só as despesas extras da mulher do presidente da CBF na hospedagem bateram em 37 mil reais. Não chega a ser uma exorbitância, sobretudo para uma entidade que fatura 1 bilhão de reais por ano, mas é o suficiente para macular a gestão de quem, meses antes, assumira prometendo “expurgar toda e qualquer imoralidade”. Além da própria família, Rodrigues se lembrou dos amigos – amigos da política, do Judiciário, da imprensa, das artes. A CBF pagou hospedagem, voo – desta vez, de classe executiva – e ingressos para três partidas ao deputado federal José Alves Rocha (União Brasil-BA), que viajou com a mulher Noelma. O gasto total da CBF com o casal Rocha chegou a 364 mil reais. Para o senador Ciro Nogueira (PP-­PI), que foi acompanhado da namorada Flávia Rosalen, a entidade ofereceu um pacote mais modesto, que saiu por 195 mil. Os dois – o deputado e o senador – integram a “bancada da bola” no Congresso. O senador Jaques Wagner (PT-BA) também foi convidado, mas ficou retido no Brasil em meio às negociações da transição de governo. Em seu lugar, foi o filho Mateus, de 47 anos.Entre os 49 felizardos, estavam também o cantor Gilberto Gil e sua mulher Flora, a socialite Lilibeth Monteiro de Carvalho, o desembargador Julio Cezar Lemos Travessa, do Tribunal de Justiça da Bahia, o empresário pernambucano Diogo Monteiro Lima, o estilista Ricardo Almeida (que desenhou os ternos dos jogadores da Seleção para a Copa), o ex-­cinegrafista da TV Globo, José Carlos Cruz da Silva, o Mosca (a quem a CBF deu aquele cartão corporativo de 500 dólares diários) e outros três jornalistas da Bahia, todos amigos de Rodrigues. A conta total não inclui os presidentes das 27 federações estaduais, mas fecha em 49 contando com suas mulheres e filhos. A maioria ficou no City Centre Rotana, outro cinco estrelas de Doha."

Estima-se que a farra tenha custado 3 milhões de reais aos cofres da CBF. As mordomias não são novidades na Confederação. Presidentes anteriores já ofereceram benefícios até para desembargadores que julgariam processos de interesse da entidade, como ocorreu na Copa de 1998, sob a gestão de Ricardo Teixeira. No entanto, a matéria afirma que até funcionários antigos consideraram "que a farra foi longe demais", na atual gestão.

Ednaldo Rodrigues, também espetou na conta da confederação as despesas de sua família – a mulher, a filha, a cunhada, o genro e os dois netos. Todos voaram em primeira classe, usaram o atendimento vip no aeroporto de Doha, hospedaram-­se no Marriot Marquis City e só as despesas extras da mulher do presidente da CBF na hospedagem bateram em 37 mil reais. Não chega a ser uma exorbitância, sobretudo para uma entidade que fatura 1 bilhão de reais por ano, mas é o suficiente para macular a gestão de quem, meses antes, assumira prometendo “expurgar toda e qualquer imoralidade”.
Além da própria família, Rodrigues se lembrou dos amigos – amigos da política, do Judiciário, da imprensa, das artes. A CBF pagou hospedagem, voo – desta vez, de classe executiva – e ingressos para três partidas ao deputado federal José Alves Rocha (União Brasil-BA), que viajou com a mulher Noelma. O gasto total da CBF com o casal Rocha chegou a 364 mil reais. Para o senador Ciro Nogueira (PP-­PI), que foi acompanhado da namorada Flávia Rosalen, a entidade ofereceu um pacote mais modesto, que saiu por 195 mil. Os dois – o deputado e o senador – integram a “bancada da bola” no Congresso. O senador Jaques Wagner (PT-BA) também foi convidado, mas ficou retido no Brasil em meio às negociações da transição de governo. Em seu lugar, foi o filho Mateus, de 47 anos.
Entre os 49 felizardos, estavam também o cantor Gilberto Gil e sua mulher Flora, a socialite Lilibeth Monteiro de Carvalho, o desembargador Julio Cezar Lemos Travessa, do Tribunal de Justiça da Bahia, o empresário pernambucano Diogo Monteiro Lima, o estilista Ricardo Almeida (que desenhou os ternos dos jogadores da Seleção para a Copa), o ex-­cinegrafista da TV Globo, José Carlos Cruz da Silva, o Mosca (a quem a CBF deu aquele cartão corporativo de 500 dólares diários) e outros três jornalistas da Bahia, todos amigos de Rodrigues. A conta total não inclui os presidentes das 27 federações estaduais, mas fecha em 49 contando com suas mulheres e filhos. A maioria ficou no City Centre Rotana, outro cinco estrelas de Doha.

A reportagem mostra a construção da rede de apoio que possibilitou a reeleição de Ednaldo, com apoio unânime dos presidentes das federações estaduais. Os cartolas receberam um polpudo aumento de salários após a posse de Ednaldo em 2021. Recebiam cerca de 50 mil reais por mês, anteriormente, passando a receber pouco mais de 200 mil, com direito ao déximo sexto salário. Os presidentes também desfrutam do custeio de despesas pela entidade, em passagens áereas e hospedagens para várias pessoas.

“Quem deveria fiscalizar essa farra, pelo estatuto da entidade, são as federações estaduais”, diz um dos oito vice-­presidentes da confederação, que pediu para não ser identificado. “O problema é que essas federações reproduzem o mesmíssimo comportamento. É um sistema viciado.” O vice-presidente apoiou Rodrigues na eleição de 2022, mas se diz um crítico da malversação dos recursos da entidade na atual gestão. “Ednaldo não é o primeiro presidente da CBF a desviar recurso da entidade para fins pessoais. Mas ele com certeza elevou essa prática a um nível preocupante”, diz.

Apesar da farra com privilégios pessoais, o presidente suspendeu a construção de um centro para formação e qualificação, exclusivamente dedicado aos juízes, alegando falta de recursos. Como alternativa, a CBF organizou essa formação por vídeo conferência, reduzindo a eficacácia do processo de formação dos novos árbitros, além de dificular a formação continuada daqueles que exercem a profissão.

Em entrevista concedida à Revista, o baiano de Vitória da Conquista, que chegou ao cargo mais alto do futebol brasileiro, justificou que "o trem da alegria da última Copa do Mundo", é perseguição da oposição.

“É praxe que entidades esportivas façam convites a pessoas relevantes e personalidades para acompanhar grandes eventos”, disse. Sobre os agrados aos cartolas estaduais, afirmou que “as despesas dos familiares dessas pessoas [presidentes de federações] são por elas pessoalmente bancadas”, em que pesem até evidências sonoras, como o áudio do WhatsApp, mostrando o contrário. Sobre suas despesas pessoais pagas pela CBF, garantiu que reembolsou tudo aos cofres da confederação. A piauí pediu comprovantes dos reembolsos. Até o fechamento desta edição, Rodrigues não havia fornecido nenhum documento".

Enquanto a farra com os recursos da CBF prossegue, conforme denúncia da Piauí, a Seleção Brasileira, maior produtor comercial da Confederação, coleciona insucessos e frusta os milhões de brasileiros que ainda acompanham o futebol.

Reportagem completa para assinantes da revista, veja aqui.

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