FPI/BA combate tráfico de animais silvestres e realiza ações educativas em Bom Jesus da Lapa
Por: ASCOM/FPI
A equipe Fauna da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco intensificou, nesta terça-feira (20), suas atividades no município de Bom Jesus da Lapa. As ações contemplaram tanto a fiscalização de criadores de passeriformes quanto atividades de educação ambiental em escolas da rede pública, com foco na preservação da fauna silvestre e no combate ao tráfico de animais.
As atividades de campo foram conduzidas por técnicos do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), da ONG Animallia, do Conselho Regional de Medicina Veterinária da Bahia (CRMV-BA) e da Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (CIPPA/PM). A equipe percorreu residências de criadores registrados no Sistema de Controle e Monitoramento da Atividade de Criação Amadora de Pássaros (Sispass), além de atender denúncias de cativeiros ilegais.
Durante as visitas, os técnicos verificaram se o número, a espécie e a condição física das aves coincidem com os dados cadastrados. “Verificamos todas as anilhas, avaliamos o estado de saúde dos animais e checamos possíveis sinais de maus-tratos ou irregularidades. Quando identificamos qualquer inconsistência, adotamos as medidas legais cabíveis”, explicou a bióloga do Inema, Karine Machado.
Em uma das fiscalizações, a equipe localizou 11 aves sem anilha, possivelmente mantidas para comercialização clandestina. “Esses animais foram retirados da natureza e estavam sendo vendidos. Isso configura tráfico de fauna silvestre. Muitas vezes, por trás da posse de um único animal, há toda uma rede de comercialização ilegal”, alertou a técnica.
A ONG Animallia, também integrante da FPI, é responsável pelo manejo dos animais resgatados. De acordo com a bióloga Andreza Amaral, os espécimes são encaminhados para triagem e avaliação veterinária. “Aqueles que apresentam boas condições físicas e comportamentais são direcionados para soltura em Áreas de Soltura de Animais Silvestres (ASAS), cadastradas junto ao Inema. Já os que não reúnem condições de retorno à natureza são encaminhados para criadores conservacionistas ou centros de reabilitação”, detalhou.
“A prioridade é sempre a reintegração à natureza. Mas, quando não é possível, buscamos assegurar a qualidade de vida, especialmente de espécies que dependem da convivência em grupo para manter o bem-estar”, acrescentou.
Educação ambiental nas escolas
Simultaneamente à fiscalização, parte da equipe Fauna realizou ações educativas em escolas do município. Palestras, rodas de conversa e atividades lúdicas abordaram temas como conservação ambiental, biodiversidade do Rio São Francisco e os impactos do tráfico de fauna.
A bióloga do Inema, Samantha Grimaldi, ressaltou que o componente educativo é uma das bases da atuação da FPI. “A FPI vai além da fiscalização. Nosso objetivo também é sensibilizar a população, principalmente os estudantes, para o cuidado com o rio, com os animais e com o meio ambiente como um todo”, destacou.
Já a bióloga Aldenir Ferreira, da Animallia, enfatizou o papel pedagógico das ações. “Falamos sobre a importância da fauna local e dos riscos trazidos pelo tráfico de animais. Finalizamos com um jogo educativo que recapitula as ações da FPI no município e mostra, de forma lúdica, como todos podem colaborar com a proteção do Velho Chico”, completou.
A 51ª etapa da FPI/BA reúne 202 profissionais de 45 instituições públicas e da sociedade civil, distribuídos em 27 equipes temáticas. As ações seguem até o dia 30 de maio e os resultados serão apresentados em audiência pública no auditório da AABB, em Bom Jesus da Lapa.
Nenhum comentário
Os comentários publicados não representam o pensamento ou ideologia do Portal Lapa Oeste, sendo de inteira responsabilidade dos seus autores.